A porta

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domingo, 27 de novembro de 2011

Fado - Património Imaterial da Humanidade


Hoje, o Fado, é Património Imaterial da Humanidade, segundo decisão tomada em Bali, na Indonésia, durante o VI Comité Intergovernamental da Organização da ONU, para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO.

O Fado é, hoje em dia, um símbolo mundialmente reconhecido de Portugal, que embora adquira diversas formas consoante seja cantado no Porto, em Coimbra ou em Lisboa, é, por direito próprio, a expressão da alma portuguesa, "faz parte da nossa Cultura, está nas nossas raízes populares, e de uma forma espantosa tem sido capaz de transmitir emoções e sentimentos, mesmo a quem não entende a nossa língua", remata o comunicado.

Quanto à sua origem são várias as explicações, porém todos os estudiosos garantem que esta remonta há muitos séculos atrás.

A explicação que reúne maior consenso, pelo menos em relação ao fado de Lisboa, é de que este teria nascido a partir dos cânticos dos Mouros, que permaneceram nos arredores da cidade mesmo após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia daqueles cantos, que é tão comum no Fado, estaria na base dessa explicação.

Há no entanto quem diga que na realidade o fado entrou em Portugal, mais uma vez pela porta de Lisboa, sob a forma do Lundum, uma música dos escravos brasileiros, que teria chegado até nós através dos marinheiros vindos das suas longas viagens, cerca de 1822. Só após algum tempo é que o Lundum se foi modificando, até se ter transformado no nosso Fado. A suportar esta hipótese está o facto de que as primeiras músicas dentro do género estavam ligadas não só ao mar como às terras para lá daquele, onde habitavam os escravos. Veja-se o exemplo de uma das músicas cantadas por Amália Rodrigues, chamada “O Barco Negro”, que fala precisamente de uma sanzala.

Uma outra hipótese considerada remonta o nascimento do fado à idade média, à época dos trovadores e dos jograis. Já nessa altura se encontravam nas músicas características que ainda hoje o fado conserva. Por exemplo, as cantigas de amigo, que eram os amores cantados por uma mulher, têm grandes semelhanças com diversos temas do fado de Lisboa. As cantigas de amor, que eram cantadas pelo homem para uma mulher, parecem encontrar parentesco no Fado de Coimbra, onde os estudantes entoam as suas canções debaixo da janela da amada. Temos ainda, da mesma época, as cantigas de sátira, ou de escárnio e mal dizer, que são ainda hoje mote tão frequente do fado, em críticas políticas e sociais.

De qualquer modo, o fado parece ter surgido primeiramente em Lisboa e Porto, sendo depois transportado para Coimbra através dos estudantes Universitários (já que Coimbra foi, durante muitos anos, a cidade Universitária por excelência), e tendo aí adquirido características bastante diferentes.

Este reconhecimento constitui um motivo de orgulho para todos os portugueses: a partir deste momento, o fado é reconhecido como um Património de toda a Humanidade, um valor inestimável no presente e uma herança cultural importante para as gerações futuras.

Fonte consultada:Fado – A Alma de um Povo disponível em URL http://paginas.fe.up.pt/~fado/por/index-port.html

O Fora de porta deixa aqui a sua homenagem a duas mulheres fundamentais para este reconhecimento.

A Amália Rodrigues, voz intemporal, que levou esse cantar português além fronteiras e o deu a conhecer ao mundo. E também, a Mariza, embaixatriz da candidatura à UNESCO que, da mesma forma, enaltece este modo de ser Português.



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