A porta

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Lógotipo da Biblioteca Escolar

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dia Internacional do Livro Infantil

Com o objetivo de promover o gosto pela leitura junto dos mais novos, comemora-se a 2 de abril – data de aniversário do escritor Hans Christian Andersen – o Dia Internacional do Livro Infantil.

A DGLB assinala esta data com a publicação de um cartaz da autoria de Yara Kono, vencedor da 15ª edição do Prémio Nacional de Ilustração que apresentamos:

O dia internacional do livro infantil homenageia Hans Christian Andersen que se notabilizou por criar contos infantis que se tornaram ficções para leitores de todas as idades.

Autor dos célebres O Soldadinho de Chumbo, O Patinho Feio ou O Fato Novo do Imperador, nasceu a 2 de abril de 1805, em Odense, na Dinamarca, no seio de uma família humilde.

Depois da morte do pai, que lhe costumava contar histórias com a ajuda de um teatro de fantoches, mudou-se para Copenhaga. Nunca casou nem teve filhos e, em 1835, publicou os dois primeiros dos 156 contos que haveria de escrever, inspirado no mundo de fadas e duendes e na tradição popular dinamarquesa.

O"fora de porta" sugere como forma de comemoração a leitura de um trecho de uma das obras de Hans Christian Andersen existente na biblioteca escolar "O Soldadinho de chumbo":

«Era uma vez vinte e cinco soldados de chumbo, todos irmãos, porque tinham sido todos feitos da mesma colher de cozinha. Tinham armas aos ombros e olhavam em frente, muito elegantes nos seus uniformes encarnados e azuis. — Soldados de chumbo! — foi a primeira coisa que ouviram neste mundo, quando levantaram a tampa da caixa onde estavam.

Um rapazinho tinha dado esse grito e batido as palmas; tinham-lhos dado como prenda de anos, e ele colocou-os em cima de uma mesa. Os soldados eram todos iguais uns aos outros — excepto um, que só tinha uma perna; fora o último a ser moldado e já não havia chumbo que chegasse. No entanto, mantinha-se de pé tão bem como os outros que tinham duas pernas, e é ele o herói desta história.

Na mesa onde os colocaram havia muitos outros brinquedos, mas aquele em que se reparava logo era um castelo de papel. Pelas suas janelinhas via-se o interior das salas. À frente havia pequenas árvores à volta de um pedaço de espelho, a fingir que era um lago. Cisnes de cera pareciam flutuar na sua superfície e olhavam para o seu reflexo. Toda a cena era um encanto, mas o mais bonito de tudo era uma menina que estava à porta; também ela era feita de papel, mas tinha uma fina saia de musselina, uma estreita fita azul cruzada nos ombros, como se fosse um xaile, presa por uma brilhante lantejoula quase do tamanho da cara. A encantadora criaturinha tinha os braços estendidos, porque era uma bailarina; tinha mesmo uma perna tão levantada que o soldado de chumbo nem conseguia vê-la; então ele pensou que ela só tinha uma perna, tal como ele.

"Ora aí está a mulher que me convém", pensou ele. "Mas é tão importante; ela vive num castelo, e eu tenho uma caixa... e estamos vinte e cinco lá dentro! Não há espaço para ela, com certeza. Mas posso tentar conhecê-la."

Então, deitou-se ao comprido atrás de uma caixa de rapé que estava em cima da mesa; daí podia ver bem a dançarina de papel, que continuava de pé numa só perna sem perder o equilíbrio.

Quando anoiteceu, todos os outros soldados de chumbo foram guardados na caixa e as crianças foram para a cama. Nessa altura, os brinquedos começaram a brincar; jogaram às visitas, às escolas, às batalhas e às festas. Os soldados de chumbo chocalhavam na caixa, porque também queriam brincar, mas não conseguiam levantar a tampa. Os quebra-nozes davam cambalhotas e a pena da ardósia rangia a escrever; o barulho era tanto que o canário acordou e se meteu na conversa — melhor ainda, fê-lo em verso. Os dois únicos que não se mexeram foram o soldado de chumbo e a pequena bailarina; ela continuava apoiada na ponta do pé, com os braços estendidos; ele parado firmemente na sua única perna, sem nunca tirar os olhos dela.(...)»


Fonte: Contos de Hans Christian Andersen -"O firme soldado de chumbo"[Em linha][Consult. 01-04-2012]. Disponível em http://guida.querido.net/andersen/conto-04.htm

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